domingo, 11 de abril de 2010

Não gosto de sair na chuva. Um bom motivo chegou pelo telefone ainda de manhã. Quase atrasada, fui. Entrei no ônibus, desci perto e, enfim, andei na chuva. Ela me esperava na porta quando cheguei ao restaurante, ao qual já havia ido tantas vezes, mas que, naquele dia, me pareceu diferente. Um almoço futurista talvez, com longa e mecânica esteira que parecia trazer a comida vinda do mar, mas que parecia surgir sozinha e pronta em nossa frente.
Ela parecia triste, como tenho notado nos últimos tempos. Mais quieta, mais pensativa, mais cuidadosa. Mais do que antes.
Uma amiga me pediu que refizesse meu blog, mas quando vi o antigo senti vergonha de mim, disse a ela.
Ela riu e disse que com ela recentemente havia acontecido o mesmo, confirmando que a nossa telepatia cósmica - ou mais uma dessas coisas sem explicação - ainda existia.
Nosso almoço surgiu dali..de um problema comum - da dificuldade de nos reconhecermos em alguns aspectos do passado, da necessidade de revivê-los, mas da forma adequada, e da nossa promessa informal de fazermos isso tão logo precisássemos. Depois disso partimos. Mais uma das partidas que acompanham cada um de nossos encontros.
Refletia sozinha comigo, nossa necessidade surgiu das mudanças...mudanças das quais ninguém está, felizmente, livre. E que provam que o quando de cada um, ora é um, ora é outro.